Por: RAISSA DA SILVA CASTILHO
Os drones são chegaram como uma grande novidade no mercado e gradualmente foram se estabilizando. Atualmente, são úteis para diversos setores, mas apesar de parecer um paradoxo, podem ser prejudiciais justamente para o setor aéreo.
Inclusive, você sabia que pode ter problemas com seu voo por conta de um pequeno veículo aéreo não tripulado? Não? Então, vem entender melhor isso com a gente agora!
Inicialmente, é preciso entender o que é um “drone”. Assim, na aviação, um drone se refere a uma aeronave não pilotada e, por isso, seu “outro nome” seria “veículo aéreo não tripulado” ou UAV (da sigla em inglês).
Dessa forma, possuem muitas utilidades como na área militar, costumam ser usados para fins militares porque não colocam em risco a vida de um piloto em zonas de combate.
Além disso, os drones não necessitam de descanso, permitindo que eles voem por muito mais tempo, são usados para fins comerciais, especialmente em empresas do varejo e da construção, ou até mesmo para realizar entregas ou para filmagens em shows.
Ocorre que, apesar do seu uso amplamente divulgado e aceito, os drones podem causar danos aos seus “parceiros da aviação mais velhos”. Nesse sentido, em outubro de 2017, um drone colidiu com uma aeronave comercial no Canadá, atingindo uma das asas. Apesar do pequeno dano, o avião pousou em segurança.
Em outro momento, um drone causou caos no aeroporto de Gatwick, segundo maior da Inglaterra porque foi visto voando sob o espaço aéreo do aeroporto durante os dias 19 e 20 de dezembro, afetando mais de 100 mil passageiros que se preparavam para o fim de ano.
Logo, foram mais de 1000 voos cancelados até que as autoridades considerassem seguro para as aeronaves pousarem e decolarem. Por fim, também em dezembro (mas em 2018), um drone colidiu com um avião comercial no México, atingindo o bico da aeronave. A fuselagem e o radar meteorológico do avião sofreram danos, mas o piloto conseguiu aterrissar com segurança e todos os passageiros desembarcaram sem problemas.
Como visto, não foi apenas uma única vez que um drone causou problemas a passageiros de um voo comercial e a própria aeronave.
No entanto, a probabilidade de que uma colisão com uma aeronave grande aconteça é pequena o que não retira a preocupação sobre os riscos que os drones podem causar quando voam próximos a aeroportos.
Nesse sentido, pesquisas começaram a serem feitas e assim, alguns testes conduzidos na Universidade de Dayton, nos Estados Unidos, simularam uma colisão no ar entre um drone de 1kg e uma aeronave comercial viajando a 383 km/h e o resultado parecia não ser grave, ou seja, a nave sofreria poucos danos.
Ainda, outra pesquisa da Aliança para Segurança de Sistemas Não-Tripulados com a Autoridade Federal de Aviação dos EUA sugeriu que drones poderiam infligir mais dano que uma eventual colisão da aeronave com pássaros.
Além disso, as baterias de lítio que são usadas nos drones podem não ser destruídas com o impacto e acabar grudadas na superfície do avião, gerando um risco potencial de fogo.
Para se protegerem, alguns países adotaram medidas importantes como é o caso do Brasil.
Aqui, as regras da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) determinam que drones não podem chegar a menos de 5,4 km de um aeroporto, se estiverem voando a uma altura de até 30 metros, mas para voos mais altos, os drones precisam manter uma distância de pelo menos 9 km.
Assim, quem não respeita as regras pode ser responsabilizado judicialmente, não são raros os casos de pilotos que desrespeitam a lei por aqui. Em janeiro de 2019, um voo de drone irregular próximo ao Aeroporto de Congonhas causou interrompeu as operações do por 20 minutos. Dois anos antes, em 2017, o mesmo aeroporto ficou parado por duas horas também porque um drone foi avistado nas suas proximidades.
Por outro lado, existem sistemas que conseguem bloquear os sinais de rádio usados pelo controle remoto dos drones e radares, detectores de radiofrequência e câmeras que também podem detectar drones próximos e descobrir de onde eles vêm (ou de onde são controlados).
Enfim, agora vocês já conseguem entender melhor os riscos dos drones para os passageiros e podem evitar utilizá-los fora dos limites impostos ou até mesmo entenderem melhor o motivo de um atraso ou cancelamento do voo caso seja essa a justificativa.
De qualquer forma, não deixe de viajar e até a próxima!